.:: Alexis Mor' ::.
Garoa garota! Isso pede duas baforadas no cigarro de menta guardado a milênios. Talvez também uma vodka gelada pisando na lingua, lambendo na garganta, alcool tipo AB. Eh de se pensar! Tudo merecidamente ruidoso como nas fogueiras recém acesas ou nas pupilas incendiárias presentes nos prostíbulos da vida. Apropósito, há um incêndio nesse exato momento em pleno coração e outro mais além, queimando parte da California*.

Caminho a meia luz beirando a direção quente das primaveras, no que foi carvão virgem outonal um dia e logo virará verão em lava luz. Nem ligo que tudo queime! As últimas fotos tiradas sobre prova são prova disso! Estão na mesa, molhadas com o gelo q transbordou do copo - tua cara safada revelando um ato ilícito pro meu coração. Analiso melhor o que mantenho longe por hora, dramas deitados no tampo fumê; momentos em cubos que vc congelou. Ah! Vc me congelou... a mim, que me considerava um legítimo whiskey escocês!

Aquieto-me. A agulha do som se move lentamente pra esquerda e logo percebo que Portishead faz seu trabalho de me manter emotiva, (em público), com seu eterno canto pra Glory Box (vestido de vinil)! E creio que tão bem e de tal forma que, esta canção acaba me levando à janela de chapéu e nua como Thereza de Kundera, pra espiar a sorte dos gatos nos muros e algumas mazelas além. E então Tirelli aparece em conto, num caderno... Volto meu rosto pra dentro, fecho os acessos, sento no sofá e começo a lê-lo.
.:: Alexis Mor' ::.
... em posts antigos de um flog a ser 'assassinado' .


Não ignore minha brutalidade de entender as coisas. Não finja que não conhece minhas limitações, minha ignorância discreta, minha fragilidade disfarçada, meu querer intenso pelo que sempre parece ser nosso sem ser. Ou meu sentir configurado na sensação de ser parte de alguma coisa, de alguém, de um tempo de respiração dupla, tripla, quadrupla. Sei que há algo grande no presente que infinitamente circula, que ronda, que está, que é, que me foi, que poderia, que será... Só acho que não preciso morrer dezenas de vezes pra experimentar disso. Não mais!! (e peço isto com extrema educação agora)
.:: Alexis Mor' ::.
"Tenho pedido a todos que descansem de tudo o que cansa e mortifica: o amor, a fome, o átomo, o câncer. Tudo vem a tempo no seu tempo. Tenho pedido às crianças mais sossego, menos riso e muita compreensão para o brinquedo. O navio não é trem, o gato não é guizo.

Quero sentar-me e ler nesta noite calada. A primeira vez que li Franz Kafka, eu era uma menina. (A família chorava). Quero sentar-me e ler mas o amigo me diz: o mundo não comporta tanta gente infeliz. Ah, como cansa querer ser marginal todos os dias. Descansem anjos meus. Tudo vem a tempo no seu tempo. Também é bom ser simples. É bom ter nada. Dormir sem desejar não ser poeta. Ser mãe se não puder ser pai. Tenho pedido a todos que descansem de tudo o que cansa e mortifica. Mas o homem não cansa"
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