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.:: Alexis Mor' ::.
PRA QUEM NÂO SABE: A Síndrome de Cri du Chat (CDC) é uma anormalidade cromossomal que resulta em dificuldades no aprendizado.
Foi descoberta por Jerome Lejeune, um geneticista francês, em 1963.
É uma condição genética relativamente rara com uma incidência calculada de 1:50000 nascimentos e que é o resultado do “apagamento” de uma porção significante do material genético do braço curto de um dos pares do cromossomo cinco.
Ocasionalmente um segundo cromossomo é envolvido.
Como características desses pacientes temos: pranto agudo e lacrimonioso que muito se assemelha ao miado de um gatinho; peso baixo ao nascer; microcefalia; rosto arredondado; testa ampla; prega cutânea no ângulo interno do olho ( epicanto ), que dá a impressão que os olhos estão bem distantes um do outro (hipertelorismo); assimetria facial; orelha de baixa implantação; prega palmar única; mandíbula pequena; queixo retraído (microretrognasia ); hipotonia ( tônus muscular comprometido); dificuldade de sucção.
Também estão suscetíveis às infecções respiratórias e gastrintestinais; e podemos observar ( não freqüentemente) diversas deformações das quais as mais sérias são as cardíacas e as renais. Outras deformações menos graves são os quadris largos, as hérnias inguinais, a sindatilia (dedos ligados uns aos outros); refluxo acentuado.
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.:: Alexis Mor' ::.
JUAN RODOLFO WILCOCK.: "Harux e Harix decidiram nunca mais se levantar da cama. Amam-se loucamente e não podem afastar-se um do outro mais do que sessenta ou setenta centímetros. Logo o melhor é ficar na cama, longe dos apelos do mundo. No entanto, o telefone está na mesa-de-cabeceira, e às vezes toca e interrompe os seus abraços: são os familiares que querem saber se tudo está bem. Mas essas chamadas são cada vez mais raras e lacónicas. Os amantes apenas se levantam para ir à casa de banho, e nem sempre, a cama está desarrumada, os lençóis gastos, mas eles não dão conta, cada um mais imerso na onda azul dos olhos do outro. Os seus membros misticamente entrelaçados.
Na primeira semana alimentaram-se de bolachinhas, de que se tinham abastecido abundantemente. Como as bolachas acabaram, agora comem-se um ao outro. Anestesiados pelo desejo, arrancam grandes pedaços de carne com os dentes, entre dois beijos devoram o nariz ou o dedo mindinho, bebem o sangue um do outro; depois saciados fazem novamente amor como podem, e adormecem para recomeçar quando acordam. Perderam a conta dos dias e das horas. Não são bonitos de ver, isso é verdade, ensanguentados, esquartejados, pegajosos. Mas o seu amor está para além de todas as convenções."